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Neurociências e a Universidade

    A neurociência é o ramo da ciência que estuda o sistema nervoso, incluindo as suas estruturas (neuroanatomia), seu funcionamento e evolução (neurofisiologia), bem como uma correlação entre áreas cerebrais envolvidas em determinada função cognitiva (neuropsicologia) (LURIA, 1981). Portanto, ela é uma ciência multidisciplinar, que necessita da comunicação entre várias disciplinas e áreas do conhecimento (EKUNI et al., 2014). Nessa perspectivas, as universidades devem conseguir integrar as disciplinas (interdisciplinaridade) e ainda buscar por uma transdisciplinaridade (AUDY E MOROSINI, 2007).
      Apesar da neurociência ser amplamente divulgada tanto no senso comum (revistas, jornais, e notícias televisivas) quanto no meio acadêmico (artigos em periódicos científicos), poucos cursos de graduação possuem essa disciplina em sua grade curricular (EKUNI et al., 2014). Outro aspecto negativo, é que existem muitas informações erradas sobre o cérebro e os seus segmentos, os chamados neuromitos (OECD, 2002; DEKKER et al., 2012; PASQUINELLI, 2012). Pasquinelli (2012) ainda destaca que os neuromitos são transmitidos especialmente pela mídia, e perpetuados por pessoas que conhecem pouco a neurociência.
       Dessa forma, os projetos de extensão com temáticas voltadas para a neurociência surgem como uma possibilidade para diminuir as lacunas existem na formação dos profissionais, bem como na diminuição da propagação e prevalência dos neuromitos (EKUNI et al., 2014). Alguns autores reafirmam que poucas pessoas possuem acesso aos conhecimentos gerados na universidade, e que a extensão universitária é imprescindível para a democratização do acesso a esses conhecimentos, assim como para o redimensionamento da função social da própria universidade, principalmente se for pública (MENDONÇA E SILVA, 2002).
        Sousa (2000) afirma que a extensão é o instrumento necessário para que o produto Universidade – a pesquisa e o ensino – se articulem entre si e seja apresentado e aplicado em toda a sociedade, e que a Universidade deve estar presente na formação do cidadão, dentro e fora de seus muros. E é por esse motivo que a equipe do Núcleo de Estudos em Neurociências (NEUro) propõe difundir esse conhecimento e contribuir com ele. Pois a universidade deve, através da extensão, influenciar e também ser influenciada pela comunidade, ou seja, deve possibilitar uma troca de valores entre a universidade e o meio. A extensão universitária deve funcionar como uma via onde a universidade leva conhecimentos e/ou assistência à comunidade e também aprende com ela (SCHEIDEMANTEL, 2004).

         O Núcleo de Estudos em Neurociências, criado no ano de 2018, é um Projeto de Extensão da Universidade Federal de Pernambuco, que tem como objetivo central fornece um ambiente interdisciplinar de aprendizagem dos diversos segmentos da neurociência.

       O NEUro é um projeto sem fins lucrativos, portanto, de caráter voluntário; que visa integrar as diversas áreas de atuação (ensino, extensão e pesquisa) com a sociedade, do ponto de vista político e científico. Dessa forma, o NEUro pretende realizar atividades no âmbito do ensino, da extensão e da pesquisa, buscando auxiliar na formação profissional dos extensionistas, colocando eles como protagonistas desse processo.

          Para que esse objetivo seja realizado, os extensionistas serão orientados sobre a escrita e produção de um trabalho científico, que posteriormente serão organizados na forma de oficina para que sejam levados a sociedade. Por exemplo, membros que realizam pesquisas teóricas voltadas para a neurociência da educação vão ser agrupados em uma oficina voltada para esse segmento, que será aberta ao público em geral, incluindo acadêmicos e profissionais que busquem atualização e qualificação.

        Devido ao seu caráter interdisciplinar, o NEUro permite a participação de discentes dos diversos cursos superiores (nível graduação) da área de saúde. Para que os objetivos sejam atingidos, o Núcleo de Estudos em Neurociências tem duração de ano.

Processo Seletivo

       Em breve teremos mais informações sobre o processo seletivo 2021, fique atento as nossas redes sociais.

REFERENCIAS:

 

AUDY, J. L. N.; MOROSINI, M. C. (Eds.). Inovação e interdisciplinaridade na Universidade. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007.
 

DEKKER, S.; LEE, N. C.; HOWARD-JONES, P.; JOLLES, J. Neuromyths in education: Prevalence and predictors of misconceptions among teachers. Frontiers in Psychology: Educational Psychology, v. 3, n. 429, p. 1-8, 2012. 

EKUNI, R.; SOUZA, B. M. N.; COSTA, C. L.; OTOMURA, F. H. Projeto de Extensão Grupo de Estudos em Neurociência: divulgando neurociência e despertando vocações. Revista Brasileira de Extensão Universitária, v. 5, n. 2, p. 55-59, 2014.

LURIA, A. R. Fundamentos de Neuropsicologia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos; São Paulo: EDUSP, 1981.

MENDONÇA, S. G. L.; SILVA, P.S. Extensão Universitária: Uma nova relação com a administração pública. Extensão Universitária: ação comunitária em universidades brasileiras. São Paulo, v. 3, p. 29-44, 2002.

OECD - Organization for Economic Cooperation and Development. Learning Seen from a Neuroscientific Approach. Paris: OECD, 2002. 

PASQUINELLI, E. Neuromyths: Why do they exist and persist? Mind, Brain and Education, v. 6, n. 2, p. 89-96, 2012.

SCHEIDEMANTEL, S. E., Klein, R., & Teixeira, L. I. A importância da extensão universitária: o Projeto Construir. In Congresso Brasileiro de Extensão Universitária. Vol. 2, 2004.

SOUSA, A. L. L. A história da extensão universitária. 1. ed. Campinas: Ed. Alínea, p.138, 2000.

Núcleo de Estudos em Neurociências

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